"Enquanto a taxa de emprego dos jovens com o ensino secundário praticamente não se alterou, a quebra no grupo dos licenciados com menos de 25 anos foi de quase 20%. Elísio Estanque, sociólogo e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, não considera estes dados surpreendentes e relaciona-os com "a falta de modernização e de inovação do tecido empresarial português, excepcional a nível europeu".
"Estamos a falar de um país em que os patrões são menos qualificados do que os empregados e onde se chega ao ponto de alguns jovens se sentirem constrangidos a omitir que têm uma licenciatura para conseguir um emprego, por estarem cientes de que o empregador optará por aquele que tiver menos qualificações", comenta Elísio Estanque."
Reformulando a letra daria algo do género:
Se te esforçaste mais,
Se trabalhaste mais,
Se isto não chega tens Portugal ao contrário
Realmente parece que anda tudo de pernas para o ar, mas a verdade é que os "facilitismos" a nível do ensino também não ajudam, inflacionando o número de licenciados (não necessariamente pessoas mais qualificadas, a não ser ao nível do papel/diploma)...
ResponderEliminarPC
Tem toda a razão PC. Eu trabalhei um ano no Politécnico de Portalegre e, na sua maioria, os alunos e professores são muito mais MUITO fracos. No entanto, nem para os bons alunos de universidades conceituadas existe colocação e se quiser posso dar alguns exemplos. Aliás em Janeiro iniciarei uma ronda de entrevistas a jovens ultra-qualificados (Mestre, Doutores de instituições como o IST, a UNL, etc.) que estão mal, que emigraram ou tiveram que arranjar soluções alternativas
ResponderEliminarO problema é que muitas vezes os licenciados mal preparados saem do ensino superior com notas altas tornando-se difícil distinguir o "trigo do joio". Obviamente que concordo que também para os bons seja difícil a colocação...
ResponderEliminarPC
O problema é que muita vezes os licenciados de más instituições de ensino e com péssimas notas têm a fabulosa cunha política. Nas autarquias isso é quase regra e veja, por exemplo, nos últimos governos quantos membros tiraram cursos em Universidades privadas com notas miseráveis e, inclusivamente, já depois de terem altos cargos políticos.
ResponderEliminarPortugal ao contrário
ResponderEliminarComo começar
Aquilo que acabou?
Como acabar
Aquilo que não começou
Triste fado o nosso
Que nem a rezar pai-nosso
Evite este alegre despiste
O de ser ex-povo poeta
Porque virou nobre pateta
Ó meu Portugal
Que me dás o dia inteiro
A possibilidade de funeral
E todos os dias de nevoeiro
De afonsos sem dom
Sem segundos nem penúltimos
Porque agora sobes o tom
De sermos os primeiros dos últimos
Como cantar a tua glória
Se só na derrota cantas vitória
Deste destino não me livro
De bruxedo e feitiçaria
Narro-te em trovas de um livro
Porque é negra a tua magia
Desfeito dos teus feitos heróicos
Que te dilataram a fé e o império
Agora um punhado de paranóicos
Armados em heróis a sério
Cambado de panascos importantes
Que além do mais são praticantes
Já não acredito em querer
Que um dia vá acreditar
Na fé desse grande crer
Que me possas salvar
E me faças outra vez de novo
Filho de gente que sente
Gente de gente, gente do povo
Do povo de nação valente
E agora vai pior que mal
Numa estupidez imortal
Onde estão nossos irmãos
Para onde fugiram nossos amores
A quem dar as nossas mãos
Num país de desertores
Viraram-se ao contrário
Fugindo à realidade
Montados neste cenário
Sem esperança na saudade
E do amigo ficou o esboço
Do inimigo a aperta o pescoço
Ó Portugal da mensagem
Já sem rosto de Pessoa
De Camões sem linhagem
Sem porto e sem Lisboa
Virou fantasma o Viriato
Sebastião um morto-vivo
O teu povo no estrelato
Tua pátria um nado-vivo
E já nem o velho do restelo
Te idolatra como camelo
Foste castelos de tantas quinas
De reis e governantes além-mar
E agora desempenas esquinas
Porque te esquivas do teu mar
Foste o senhor de tanta guerra
Em busca do além-mundo
E agora enterras a tua terra
Enterrando machado em peito fundo
Que será de ti ó Portugal
Que só em besta tu és bestial
Reina e impera a estupidez
Governa a avidez e a ganância
E de olhos fechados já não vês
Que a tua prol é ignorância
Que a votar não vota bem
Que a não votar vota mal
Porque o voto é o voto de alguém
Que não te vota Portugal
São votos brancos, votos de chulos
São tudo votos, votos nulos
Canto-te assim ó fim d´império
Numa poesia de raiva e dor
Que te prova muito a sério
O pouco de tão pouco amor
E que te vê a desmaiar
Em queda tornada coma
Num hospício a tratar
E à venda na vandôma
A Europa desfigura-te o rosto
E o teu vinho sabe a mosto
Ó Portugal moribundo
A afogar-se à beira-mar
Destes mundos e mundos ao mundo
Sem o mundo te nada dar
Vais agora de vento em popa
Restos cozidos-à-portuguesa
Eis Portugal ao inverso
Lagutrop do meu verso
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