terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Onde está o prémio de especialização?


Em História Económica e presumo que em Economia também, é comum estudar-se o "skill premia" que grosseiramente traduzo aqui por “recompensa” ou “prémio de especialização”. Este não é mais não é mais que a desigualdade de rendimento entre trabalhadores especializados e indiferenciados a favor dos primeiros, ou seja, pretende-se aferir qual é a "recompensa" que um trabalhador pode obter ao adquirir uma determinada competência.

Na sociedade portuguesa esta questão está na ordem do dia à medida que o número de licenciados, mestres e doutorados no desemprego não para de aumentar. Porém, alguns estudos indicam que a taxa de empregabilidade é maior em que tem melhores qualificações académicas. Pessoalmente não sei será verdade, tenho as minhas dúvidas mas só poderei ter uma opinião formada caso tivesse melhor informado.

O que sei é que a economia portuguesa nunca será competitiva a nível internacional se continuar a apostar em mão-de-obra pouco qualificada e em salários baixos, isto é, a apostar no Medíocre com alguns resultados a curto prazo através da diminuição dos custos fixos permitindo, desta forma, um preço final mais competitivo caso se trate de uma organização que produza bens tangíveis. Contudo, a manutenção de trabalhadores num nível salarial abaixo das suas qualificações não é, a longo prazo, uma boa opção.

A todos os empregadores quero deixar o seguinte recado: uma remuneração condizente com as competências que se adquiriram e a respectiva valorização profissional fazem parte de um pacote que no seu conteúdo incluem, da parte do trabalhador, uma maior responsabilidade e dedicação. O factor produtivo mais importante numa organização é o capital humano e a determinação deste na execução do seu trabalho. Um líder é aquele que consegue com que o resto do grupo se empenhe a fundo numa questão quando a organização mais precisa, fazendo com que os colaboradores despendam mais tempo no seu trabalho de uma forma quase natural e sem quaisquer reivindicações extraordinárias, tal só é conseguido caso as premissas atrás referidas se concretizarem.



6 comentários:

  1. Em Portugal não se premeia a especialização mas sim a familarização os "afilhados" os "primos" e os outros "familiares" que ocupam um pouco por esse pais fora os lugares para os quais não estão minimamente preparados/vocacionados deixando de fora quem estudou e trabalhou para arduamente para poderem desempenhar esses mesmos cargos e que se vêm forçados porque a vida não sorri a todos da mesma forma a ocuparem lugares de caixas em hipermercados e outros empregos que tais pois ha contas a pagar.
    Cada vez mais um diploma debaixo do braço serve para se ser escravizado/sodomizado por quem "manda"! Viva os jobs for the boys! Viva portugal e os seus portugueses!

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  2. O problema também é o Estado e a sua pesada máquina...uma empresa tem dezenas de encargos: IRC, IVA, Pagamento Especial por conta, IES, Descontos de segurança social e todo um conjunto de outras coisas obrigatórias por lei...os lucros desvanecem-se nestas coisas e torna-se dificil conseguir pagar mais que 500 euros ao empregado, mas que para o patrão são mais de 700 euros...e claro, se há mão de obra qualificada pelo mesmo preço da que não tem qualificação, todos optam pela primeira...mas seria justo haver 2 ordenados minimos diferentes consoante a qualificação? e aquelas pessoas que trabalharam uma vida inteira e não tèm curso superior mas sabem mais por experiência dos que os que têm? ser+a justo receberem menos porque não têm qualificações diplomaticamente falando?...é sempre um pau de dois bicos...e eu falo por mim, enquanto patronato e enquanto especializada sem reconhecimento...
    Ana Ferreira (porque raio só consigo postar se for como anónimo?senão aparece o nome do meu pai, vá-se lá perceber porquê...)

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  3. Ana,

    Estás a tocar outra questão que é a pressão fiscal que o Estado exerce sobre os indivíduos e sobre as empresas. De facto é um exagero estamos, nesse aspecto, ao nível dos países nórdicos mas com retorno por parte de políticas públicas incomparavelmente menor.

    Evidentemente que perante um custo igual escolhe-se aquele que oferece a priori melhores qualificações. Ana, observa o que eu digo: "que um trabalhador pode obter ao adquirir uma determinada competência", falo em competência que normalmente se obtém através do estudo, mas não necessariamente.

    No entanto, mesmo para esses a formula é sempre a mesma baixos salários e, desta forma, entra-se num ciclo vicioso: Baixos salários -> Baixo poder de compra -> Mercado interno insuficiente para responder à oferta -> Patronato reduz os preços -> Menores Lucros -> Baixos salários.

    Assim, os melhores que têm a coragem emigrar fazem-no e o país fica mais pobre em todos os sentidos. É uma loucura.

    Para finalizar lê o meu último parágrafo e repara que aquele comentário encaixaria na perfeição do nojento Bernardo Sá Nogueira.

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  4. O Problema é um grande numero de licenciados de FRACA qualidade com notas miseráveis, mas que continuam a achar que merecem ser recompensados por terem andado a gastar o dinheiro dos papás e dos contribuintes para terem um canudo e acharem que sabem mais que os outros, que a infelicidade da vida nao proporcionou tal destino. Prémios sim mas para quem os merece

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  5. Sem dúvida Anónimo das 12:34. O problema é que nem para os que merecem eles existem.

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