Anuncia hoje o Diário de Notícias que o actual Primeiro-Ministro
português, Pedro Passos Coelho, estima que quando se reformar irá auferir cerca
de metade do montante que um indivíduo com o mesmo histórico contributivo que o
seu aufere actualmente. Segundo o próprio, o problema reside na
"reforma" da Segurança Social efectuada durante o mandato do seu
antecessor, o corruptíssimo José Pinto de Sousa, no ano de 2007. Embora eu seja
bastante crítico da actuação criminosa de José Sousa e do seu governo
"socialista", neste aspecto creio que não existiu qualquer outra
alternativa que não fosse cortar o valor das aposentações. O que é moralmente
criticável foi o "show-off" com que José Sousa apresentou a sua
"fabulosa" reforma quando, na realidade, apenas se tratou de, por um
lado, fazer aumentar as contribuições de quem desconta e, por outro, de reduzir
as reformas e pensões. Realmente é preciso ser-se um génio para se descortinar
uma solução milagrosa como esta.
As causas desta situação são facilmente identificáveis pois desde 1982,
ou seja, há quase 30 anos, que Portugal não atinge o índice de fertilidade que
permite a renovação de gerações, a tal ponto que hoje temos menos cerca de 1 milhão de jovens do que em 1981. Nestas últimas três décadas muito pouco se fez
para se tentar inverter esta situação e uma das consequências está à vista: é
impossível manter um sistema de aposentações que se baseia nos descontos da
população activa para pagar aos reformados, já que a proporção de trabalhadores
no activo em relação aos últimos tem vindo a descer vertiginosamente e só irá piorar.
Assim, serão novamente as
gerações mais novas as prejudicadas, depois de já serem votados ao ostracismo
do desemprego e do subemprego, os jovens sustentarão do seu magro rendimento o
sistema de segurança social que estará falido quando chegarem à velhice.
É, portanto, da mais elementar
justiça que os descontos para a Segurança Social passem a ter um carácter
facultativo sob pena de se tornarem simplesmente um roubo legal. Por maus
motivos praticamente não tenho quaisquer descontos para a Segurança Social – 6 meses
num cal-center, 3 anos como bolseiro de investigação científica e 1 ano como estagiário
profissional não deram esse “privilégio” -, e assim pretendo manter-me. Não
quero descontar para algo que não me dá nada e acho que todos os jovens devem
reivindicar esta opção.
Concordo que os descontos sejam facultativos...eu não os quero fazer por exemplo!
ResponderEliminarVê isto: http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Reformas-na-Suica-com-tecto-maximo-de-1700-euros.rtp&headline=20&visual=9&article=390426&tm=7
Assim sim!! Isto é que é justo!!!