segunda-feira, 12 de março de 2012

Uma adolescência nos Olivais


Os Verões de 1996 a 1998 foram um período particularmente feliz para mim. Essa felicidade deveu-se, em grande parte, a um local - os Olivais - e a um conjunto de pessoas. No início da adolescência, tal como na infância, não é preciso muito para sermos felizes e, por outro lado, Portugal atravessava um período de uma certa prosperidade, pelo que nem os nossos pais estariam especialmente preocupados com nada. Hoje faço um pequeno relato do meu quotidiano e das pequenas coisas que me fizeram feliz. 
    

Habitualmente a parte da manhã ficava reservada a uma ida até à piscina dos Olivais, enquanto a parte da tarde dividia-se entre partidas de cartas, jogos de basquetebol ou, com maior frequência, jogos de futebol num espaço relvado existente na Rua Alferes Barrilaro Ruas, entre os números 20 a 30. 

Na cidade de Lisboa, reunir estas actividades num espaço tão reduzido só era possível nos Olivais, pois mais nenhum "bairro" reunia um complexo desportivo como o das piscinas dos olivais - uma piscina olímpica, uma piscina de saltos, dois campos de futsal, etc. - vários equipamentos desportivos públicos de utilização livre e gratuita - campos de futebol e basquetebol -, espaços verdes suficientemente grandes para neles se realizaram jogos de futebol ou, por último, locais de convívio junto de prédios de habitação onde jogávamos jogos de cartas ou simplesmente nos juntávamos.

À noite, consoante a nossa idade e a época do ano, para além do convívio dos dias mais calmos, aproveitando o ordenamento urbano dos olivais, jogávamos à lata, às escondidas ou aos atacadores.

Como disse foi uma época feliz e, portanto, queria agradecer aos meus amigos de então, bem como aos construtores do bairro dos Olivais que, através de uma equipa interdisciplinar de arquitectos e de especialistas ligados ao desporto, permitiram que passados 30 anos um grupo de jovens tivessem um privilégio ao alcance de muito poucos.

1 comentário: