quarta-feira, 7 de março de 2012

Um pequeno exemplo da ineficiência da Administração Pública: emissão de um certificado de estágio

Eu realizei um Estágio Profissional, cuja instituição de acolhimento foi a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Portalegre, no âmbito do PEPAC (Programa de Estágios Profissionais da Administração Central), tendo este terminado dia 31 de Agosto de 2011. Após esta etapa competia à referida instituição, em colaboração com a DGAP (Direcção Geral da Administração Pública), a emissão de um certificado de estágio que, nas palavras do promotor deste fantástico estágio,  isto é, o Estado português, seria bastante importante para a nossa inserção no mercado de trabalho.

Ora, no último dia do nosso estágio o administrador do IPP esclareceu que a emissão deste certificado iria demorar algum tempo, já que ainda não tinham recibo, por parte da DGAP, quaisquer indicações nesse sentido. Por outro lado, o administrador prontificou-se a emitir um certificado provisório para algum caso específico, caso tal se revelasse necessário. Verdade seja dita que o senhor cumpriu a sua palavra, embora  o local no qual apresentei este certificado provisório não o tenha reconhecido como tal e, portanto, o mesmo não me serviu absolutamente de nada. 

É ainda de referir que este certificado concede a todos os ex-estagiários - desde que tivessem terminado o seu estágio com nota superior a 14 valores -, alguns (poucos) benefícios em concursos públicos, durante o período de dois anos.

No passado dia 1 de Fevereiro, ou seja, meio ano depois de ter terminado o meu estágio, uma funcionária dos recursos humanos do Politécnico de Portalegre contactou-me e passo a citar:

"A fim de que possamos proceder à emissão do certificado do estágio realizado neste Instituto Politécnico, solicita-se que proceda à avaliação do estágio e que a introduza no site da BEP/PEPPAC, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
Mais informamos que o presente prazo, assume natureza imperativa, pelo que a sua não promoção  terá como implícito a não emissão do competente diploma."

É evidente que de imediato preenchi o que fora pedido e fiquei a aguardar. E assim continuo.  Passados 212 dias do final do meu estágio, tendo já passado cerca de 30% do período de tempo em que este me seria benéfico, o Estado Português não conseguiu ainda emitir uma folha A4 comprovando o estágio que realizei na ESTG/IPP. 

Por último, resta-me salientar que no primeiro dia do nosso estágio fomos recebidos por um alto funcionário da Administração Central de Portalegre, que nos disse que íamos compreender a Administração Pública tinha mudado e, inclusivamente, esperava que lhe informássemos, assim que a nossa opinião em relação ao funcionamento desta tivesse alterado. 

De facto mudei de opinião, pois isto funciona muito pior do que eu pensava.

3 comentários:

  1. São situações realmente revoltantes.
    Lamentavelmente não me parece que tão cedo (porventura algum dia) a administração pública tenha melhoras...

    Bjnho :)

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  2. Bons olhos a vejam!!! Pois não, mas compete aos cidadãos, pelo menos, denunciar. É o nosso dever e farei sempre que achar que tal é necessário.

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  3. Sempre por aqui :)
    Também não sei de ti há séculos! :)

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