Quando existe um monopólio do lado da oferta, o monopolista é favorecido por uma procura inelástica, isto é, a quantidade adquirida pelos consumidores varia pouco consoante o preço do bem ou serviço que é oferecido. Isto deve-se, por um lado, à necessidade que o consumidor tem em obter aquele bem e, por outro, à difícil substituição deste por outro similar que satisfaça as mesmas necessidades que o consumidor apresenta. É exactamente o que se passa com o sector da energia em Portugal, já que praticamente só existe uma empresa que fornece energia - um bem essencial na sociedade contemporânea para o qual não existe qualquer alternativa - a EDP.
Agindo livremente, o monopolista vende ao preço um mais elevado e, inclusivamente, não lhe convém produzir mais de forma a não baixar o seu preço pelo que assim se compreende, em parte, os elevados custos que a energia tem em Portugal.
No entanto, perante monopólios naturais, como é o caso do sector da energia, o estado costuma deter as respectivas empresas, pois parte-se do princípio que os lucros da empresa monopolista acabam indirectamente por beneficiar a sociedade de uma forma geral.
Agora que a EDP foi privatizada só existem duas soluções para terminar com este roubo: ou se nacionaliza outra vez a EDP, ou se criam condições favoráveis para que outras eléctricas possam operar livremente no mercado português.
Como não me parece que nenhuma vá surgir em breve continuaremos a ser legalmente roubados sine die.
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