"O que importava [aos pequenos países da Europa] era explorar "nichos" industriais deixados vazios pelas grandes potências. Assim, por exemplo, a principal indústria sueca do final do século XIX, a serração de madeiras, nasceu a partir da exploração de um recurso abundante no país. Na Dinamarca, a industrialização baseou-se, não e produções que a Grã-Bretanha tinha enormes vantagens, mas em ramos ligados à agricultura nacional, como os lacticínios e a produção de maquinaria agrícola. Finalmente, podemos referir o caso holandês, em que a indústria têxtil se concentrou, não no fabrico em série de panos vulgares, mas na produção de artigos trabalhados em algodão e linho, com uma elevada incorporação de mão-de-obra especializada sobre a qual a indústria britânica não tinha vantagens".
LAINS, Pedro - Os progressos do atraso: uma nova História Económica de Portugal. Lisboa: ICS, 2003.
Isto reflecte o que penso há vários anos, Portugal tem que se especializar em duas ou três áreas, preferencialmente com tecnologia avançada, e com isso substituir de forma equilibrada aquilo em que somos deficitários. Agora sonhos de autarcia num país com 90 mil km2 são uma pura ilusão, portanto, deixem-se da ideia que vai regressar tudo ao campo para as campanhas de trigo uma cultura que é bastante pouco produtiva no solo nacional.
É para isto que serve estudar a História e não para saber de cor os nomes dos Reis.
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