No passado dia 16 de Abril de 2011, no âmbito das Comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, assisti no Centro de Artes e Cultura a uma conferência intitulada "Giram rodízios de espuma...A água e as actividades económicas em Ponte de Sor: os moinhos", proferida por Ana Isabel Silva.
Bom tenho a dizer que foi com a oradora que contraí o sagrado matrimónio - sagrado para nós pois tratou-se de uma cerimónia laica - no passado dia 4 de Junho de 2011.
Como forma de ilustrar a dita apresentação, no fim-de-semana anterior, percorremos o percurso da Ribeira de Sor a jusante da nossa cidade e fotografámos os três moinhos aí existentes, Moinho da Sobreira, Moinho da Pontinha e o famoso Moinho Novo da Tramaga.
O estado de conservação destes moinhos e o facto de ter aprendido que este meio de produção pré-indutrial ainda laborava no anos 1960, despertou a minha atenção. Desde logo tive a intenção de aprofundar historicamente o tema e, como é habitual, a minha mulher estava no mesmo diapasão.
No entanto, questões de ordem pessoal e profissional têm-nos retirado o tempo necessário para estudarmos convenientemente esta questão. Depois desse dia nada fizemos até o início da semana passada juntado o "útil" ao "agradável". Assim, temos aproveitado os longos passeios a que estamos "obrigados" para procurar mais algumas destas estruturas, desta feita a montante de Ponte de Sor. Hoje assinalámos mais duas - o Moinho da Pedreira e o Moinho do Pinheiro -, e ficamos a saber da existência de um outro Moinho a Nordeste destes.
Para já não iremos iniciar nenhuma pesquisa documental, mas vamos assinalar todos os moinhos na carta militar de Ponte de Sor.
Faço aqui um apelo a todos os leitores para que me enviem um e-mail, caso saibam da existência de mais moinhos de água que estejam dentro dos limites do Concelho de Ponte de Sor.
Calculo que com a construção da barragem de Montargil, alguns dos moinhos de água daquela freguesia estejam hoje submersos, contudo, se sobre estes também tiverem alguma informação por favor não hesitem em me contactar.
E agora deixo-vos com algumas das fotos que tirei.
Figura 4 - Moinho da Pontinha
Existe um outro moinho não sei se é o que mencionaste como moinho da pedreira situado num recondido sitio perto da Fazenda para la chegar o caminho e meio dificil tendo-se de seguir o curso de agua. ha muito tempo que la não vou mas o estado dele era pessimo.
ResponderEliminarObrigado Tó, vou tomar nota.
ResponderEliminarExiste outro na Barroqueira,é o que utilizava o assude mais pequeno da Pedreira é pena mas já nao trabalha .
ResponderEliminarCaro J Vale,
ResponderEliminarNa Barroqueira mas utilizando a água da Ribeira de Sor, correcto? Sabe se ainda existem ruínas? Na Barroqueira já identifiquei outro que foi completamente destruído e que se situava na foz da ribeira de Longomel. Obrigado pela sua indicação, volte sempre :)
Sim utiliza a agua da Ribeira do Sor ele ainda tem ruinas sim.
ResponderEliminarEu vou tirar umas fotos para verem.
J Vale,
ResponderEliminarObrigado agradeço imenso, também gostava de ir. Já agora nós conhecemo-nos?
Que eu saiba não nos conhecemos.Já tirei umas fotos dentro do moinho só que preciso do seu Mail para lhe enviar.
ResponderEliminarEu cresci junto a este moinho e brincava nele e no moinho da Pedreira pois ambos pertenciam a familiares meus.
Cumprimentos « joaq.vale@gmail.com »
A ultima pessoa, que trabalhou com o moinho da Pontinha, foi o meu falecido avô, António Pita, que também era carroceiro,e fazia fretes entre a Tramaga e Ponte de Sôr.
ResponderEliminarCaro António Joaquim,
ResponderEliminarPor acaso é familiar da Marilda Pita? Não tem fotografias do moinho a laborar?
Um abraço.
Sim, sou filho, em relação ás fotos, é extremamente difícil consegui-las. Mas se elas existirem, eu vou tentar arranjá-las.
ResponderEliminarNão estamos a falar da mesma pessoa certamente, a Marilda faz hoje 24 ou 25 anos, estuda em Lisboa e é natural da Tramaga.
ResponderEliminarObrigado pela sua disponibilidade
Eu pensei que falava de Margarida Pita, peço desculpa.
ResponderEliminarOs moinhos foram as fábricas anteriores ao período da dita revolução industrial, era neles que se moia o cereal, mas tb se esmagava as plantas titureiras para os pigmentos, se curtiam couros, se aproveitam as energias para grandes foles das forjas, laminar aço, etc..
ResponderEliminarMoinhos, azenhas e rodizios estão bem caracterizados por fernando galhano e ernesto veiga de oliveira no seu tecnologia tradicional Portuguesa - sistemas de moagem, no entanto os estudos de caso não abundam, todos os rios e ribeiras de caudal volumoso tinham dezenas de engenhos a laborar e como dizes até à década de 60 do século passado apesar do lobby da grande moagem ter tentando reservar para si todo o mercado.
Nos notariais há frequentemente referências, bem como nas décimas ou na contribuição industrial a partir de 1860, outra fonte seria a inexplorada "Bolsa agrícola" cuja correspondência quase perdida e dispersa me deu a perceber que eles ao fiscalizarem o consumo também fiscalizam a produção, já para não falar nos inquéritos industriais, sobretudo o de 1891..
Boa sorte!
Armando,
ResponderEliminarAinda vamos ter muito que falar sobre este assunto. Estás em Évora na próxima semana?