sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A possível extinção do Politécnico de Portalegre


De acordo com esta notícia está em curso uma profunda reforma no sistema de Ensino Superior em Portugal onde, entre outras medidas, se prevê a extinção do Instituto Politécnico de Portalegre.

Em primeiro lugar, acho muito bem que se reforme o ensino superior no sentido da sua racionalização e diminuição. Existem demasiados cursos e, simultaneamente, demasiadas instituições de ensino superior, o que se traduziu nas últimas décadas não só num aumento da despesa públicas mas, SOBRETUDO, numa decadência brutal na exigência lectiva. Hoje temos muitos bons diplomados e diplomados que não mereciam sequer ter completado o ensino secundário, o que para mim é inaceitável. Anos e anos a trabalhar para as estatísticas com Novas Oportunidades e etc., ou seja, décadas de facilitismo, deram-nos alguns licenciados com poucas ou nenhumas competências.

No entanto, restringindo-me apenas ao assunto IPP, não concordo com a total extinção desta instituição. Esta minha opinião deve-se a alguns exemplos de alunos, bons alunos diga-se, que por falta de condições monetárias não puderam estudar nos tradicionais destinos académicos, normalmente Lisboa ou Coimbra. A maioria dos alunos do IPP são fracos, bem como boa parte dos docentes - evidentemente que existem excepções e excelentes docentes. Todavia, a extinção do IPP é um passo em direcção a uma maior injustiça social, impedindo os bons alunos de famílias carenciadas do distrito de prosseguirem os estudos e condenando, uma vez mais, Portalegre à desertificação.

Perante tudo isto, creio que seria uma boa política se os dirigentes do IPP começassem a pensar em reunir todos os cursos com maior procura nas instalações da ESTG, alienando o extenso património das outras escolas (Escola Agrária de Elvas, Escola Superior de Saúde e Escola Superior de Educação). Assim, tornava-se o instituto mais sustentável do ponto de vista financeiro e, possivelmente, se a iniciativa partir do interior do próprio, fosse possível convencer o governo a não colocá-lo no caixote do lixo da História.

1 comentário:

  1. Mais uma vez amigo, só posso confirmar e concordar com o que está escrito. Tudo o que dizes faz sentido e tem lógica... É triste que ainda exista mentalidades, que preferem apostar em quantidade em vez de qualidade. Desse modo, e bem a favor, também iria pela ideia de reduzir cursos apostando em apenas alguns para tentar obter de novo mais qualidade. Não estou a dizer com isto que não exista qualidade, pois como em tudo existe exepções. Porém como é possivel ter tantos cursos numa instituição que depois não consigam corresponder a todas as necessidades e exigencias de cada um. Depois o que acontece... poucos decentes, formação muito generalizada... enfim... uma série de coisas que são consequencias de um facto obvio e já mencionado. Deste modo era melhor ter menos cursos obtendo mais qualidade, dedicar mais tempo a cada curso e aos alunos que nele frequentam promovendo futuros trabalhadores com mais distinção e capazes de competir no mercado de trabalho. Sem que existe pessoas com diplomas facilitados e incompetentes a tirar lugares a pessoas que se esforçam para ter qualidade e rigor no que fazem.

    Jonny Figueiredo

    ResponderEliminar