Com a divulgação dos resultados do Censo de 2011, podemos traçar a evolução populacional do concelho nos últimos dez anos. O quadro que aqui apresento não traz qualquer surpresa, Ponte de Sor segue de perto o panorama nacional. Ou seja, o concelho situado numa região de interior perdeu parte significativa da sua população e, a nível interno, a única freguesia urbana cresceu timidamente, enquanto todas as freguesias rurais desceram aceleradamente. Resumindo, êxodo rural externo e êxodo rural interno.
Dentro destas destaco, em particular, a freguesia das Galveias com uma queda de mais de 25%, isto é, um quarto da população de Galveias desapareceu nos últimos 10 anos!
É muito, demasiado!
Por último, gostava de salientar que a freguesia de Montargil (2308) possui um maior número de habitantes que algumas freguesias sedes de concelho do Alto Alentejo como Gavião (1626), Crato (1726), Avis (1828) e quase Alter do Chão (2413).
Agora deixo-vos com os números:
Freguesia | 2001 | 2011 | Var. % | %* |
Ponte de Sor | 8805 | 8943 | 1,57 | 53,58 |
Montargil | 2781 | 2308 | -17,01 | 13,83 |
Tramaga | 1732 | 1533 | -11,49 | 9,18 |
Longomel | 1494 | 1229 | -17,74 | 7,36 |
Galveias | 1429 | 1062 | -25,68 | 6,36 |
Foros do Arrão | 1037 | 916 | -11,67 | 5,49 |
Vale de Açor | 862 | 700 | -18,79 | 4,19 |
Total | 18140 | 16691 | -7,99 |
* Percentagem relativa de casa freguesia em relação ao total do concelho (2011)
tal como tu dizes...panorama extremamente normal...mas penso que estará para breve uma situação inversa...deslocarem-se de novo para a sua terra natal em detrimento das grandes cidades...pois lá esta situção financeira em que estamos sente-se bem mais do que na região do interior...esta é a minha opinião pessoal apenas...
ResponderEliminarcarlos falcato
Infelizmente não concordo contigo, o que aliás vai ao encontro com o meu post anterior. Isto porque não existe emprego aqui também e o retorno à agricultura de subsistência é também o regresso à miséria dos tempos pré-industriais. Eu creio que a sangria vai continuar, estendendo-se agora também ao litoral, em direcção aos países emergentes lusófonos como Angola e o Brasil e, em menor medida, Índia e um ou outro país europeu que esteja um pouco melhor como a Alemanha.
ResponderEliminarpenso que passará muito mas muito mesmo um possivel á agricultura, pois o nosso país está cheio de recursos naturais para isso mesmo...começar do zero digo eu...em relação aos tais países emergentes, eu vejo o brasil e a angola a crescer, devido aos tais recursos naturais que têm, agora tudo depende, como em toda a nossa vida, a gestão que é feita dos mesmos...
ResponderEliminarcarlos falcato
O regresso à agricultura poderá fazer alguma coisa mas não tudo. E só um regresso à agricultura numa lógica de grande produção e de especialização de culturas, caso contrário, se o regresso for a uma agricultura de subsistência, não só não conseguiremos competir com outros países (Espanha, França), como não será suficiente para abastecer o mercado interno e passaremos fome. No entanto, como podes verificar pelo meu post anterior, creio ser preciso mais do que isso devido ao facto que a agricultura utiliza mão-de-obra pouco intensiva. Talvez uma aposta mais séria no turismo e na produção de energia solar fosse de arriscar. O que sei é que tu estás a pensar em ir para Lisboa, eu devo ser obrigado a regressar, portanto vamos engrossar as fileiras do êxodo rural.
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