quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ponte de Sor e o seu concelho: evolução populacional recente e peso relativo de cada freguesia

Com a divulgação dos resultados do Censo de 2011, podemos traçar a evolução populacional do concelho nos últimos dez anos. O quadro que aqui apresento não traz qualquer surpresa, Ponte de Sor segue de perto o panorama nacional. Ou seja, o concelho situado numa região de interior perdeu parte significativa da sua população e, a nível interno, a única freguesia urbana cresceu timidamente, enquanto todas as freguesias rurais desceram aceleradamente. Resumindo, êxodo rural externo e êxodo rural interno.

Dentro destas destaco, em particular, a freguesia das Galveias com uma queda de mais de 25%, isto é, um quarto da população de Galveias desapareceu nos últimos 10 anos!

É muito, demasiado!

Por último, gostava de salientar que a freguesia de Montargil (2308) possui um maior número de habitantes que algumas freguesias sedes de concelho do Alto Alentejo como Gavião (1626), Crato (1726), Avis (1828) e quase Alter do Chão (2413).

Agora deixo-vos com os números:

Freguesia

2001

2011

Var. %

%*

Ponte de Sor

8805

8943

1,57

53,58

Montargil

2781

2308

-17,01

13,83

Tramaga

1732

1533

-11,49

9,18

Longomel

1494

1229

-17,74

7,36

Galveias

1429

1062

-25,68

6,36

Foros do Arrão

1037

916

-11,67

5,49

Vale de Açor

862

700

-18,79

4,19

Total

18140

16691

-7,99

Fonte: INE (2011).


* Percentagem relativa de casa freguesia em relação ao total do concelho (2011)

4 comentários:

  1. tal como tu dizes...panorama extremamente normal...mas penso que estará para breve uma situação inversa...deslocarem-se de novo para a sua terra natal em detrimento das grandes cidades...pois lá esta situção financeira em que estamos sente-se bem mais do que na região do interior...esta é a minha opinião pessoal apenas...

    carlos falcato

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  2. Infelizmente não concordo contigo, o que aliás vai ao encontro com o meu post anterior. Isto porque não existe emprego aqui também e o retorno à agricultura de subsistência é também o regresso à miséria dos tempos pré-industriais. Eu creio que a sangria vai continuar, estendendo-se agora também ao litoral, em direcção aos países emergentes lusófonos como Angola e o Brasil e, em menor medida, Índia e um ou outro país europeu que esteja um pouco melhor como a Alemanha.

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  3. penso que passará muito mas muito mesmo um possivel á agricultura, pois o nosso país está cheio de recursos naturais para isso mesmo...começar do zero digo eu...em relação aos tais países emergentes, eu vejo o brasil e a angola a crescer, devido aos tais recursos naturais que têm, agora tudo depende, como em toda a nossa vida, a gestão que é feita dos mesmos...

    carlos falcato

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  4. O regresso à agricultura poderá fazer alguma coisa mas não tudo. E só um regresso à agricultura numa lógica de grande produção e de especialização de culturas, caso contrário, se o regresso for a uma agricultura de subsistência, não só não conseguiremos competir com outros países (Espanha, França), como não será suficiente para abastecer o mercado interno e passaremos fome. No entanto, como podes verificar pelo meu post anterior, creio ser preciso mais do que isso devido ao facto que a agricultura utiliza mão-de-obra pouco intensiva. Talvez uma aposta mais séria no turismo e na produção de energia solar fosse de arriscar. O que sei é que tu estás a pensar em ir para Lisboa, eu devo ser obrigado a regressar, portanto vamos engrossar as fileiras do êxodo rural.

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