domingo, 6 de novembro de 2011

Património Histórico de Ponte de Sor: Os moinhos de água

No passado dia 16 de Abril de 2011, no âmbito das Comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, assisti no Centro de Artes e Cultura a uma conferência intitulada "Giram rodízios de espuma...A água e as actividades económicas em Ponte de Sor: os moinhos", proferida por Ana Isabel Silva.

Bom tenho a dizer que foi com a oradora que contraí o sagrado matrimónio - sagrado para nós pois tratou-se de uma cerimónia laica - no passado dia 4 de Junho de 2011.

Como forma de ilustrar a dita apresentação, no fim-de-semana anterior, percorremos o percurso da Ribeira de Sor a jusante da nossa cidade e fotografámos os três moinhos aí existentes, Moinho da Sobreira, Moinho da Pontinha e o famoso Moinho Novo da Tramaga.

O estado de conservação destes moinhos e o facto de ter aprendido que este meio de produção pré-indutrial ainda laborava no anos 1960, despertou a minha atenção. Desde logo tive a intenção de aprofundar historicamente o tema e, como é habitual, a minha mulher estava no mesmo diapasão.

No entanto, questões de ordem pessoal e profissional têm-nos retirado o tempo necessário para estudarmos convenientemente esta questão. Depois desse dia nada fizemos até o início da semana passada juntado o "útil" ao "agradável". Assim, temos aproveitado os longos passeios a que estamos "obrigados" para procurar mais algumas destas estruturas, desta feita a montante de Ponte de Sor. Hoje assinalámos mais duas - o Moinho da Pedreira e o Moinho do Pinheiro -, e ficamos a saber da existência de um outro Moinho a Nordeste destes.

Para já não iremos iniciar nenhuma pesquisa documental, mas vamos assinalar todos os moinhos na carta militar de Ponte de Sor.

Faço aqui um apelo a todos os leitores para que me enviem um e-mail, caso saibam da existência de mais moinhos de água que estejam dentro dos limites do Concelho de Ponte de Sor.

Calculo que com a construção da barragem de Montargil, alguns dos moinhos de água daquela freguesia estejam hoje submersos, contudo, se sobre estes também tiverem alguma informação por favor não hesitem em me contactar.

E agora deixo-vos com algumas das fotos que tirei.


Figura 1 - Moinho do Pinheiro

Figura 2 - Moinho da Sobreira

Figura 3 - Rodízio do Moinho da Pontinha

Figura 4 - Moinho da Pontinha

14 comentários:

  1. Existe um outro moinho não sei se é o que mencionaste como moinho da pedreira situado num recondido sitio perto da Fazenda para la chegar o caminho e meio dificil tendo-se de seguir o curso de agua. ha muito tempo que la não vou mas o estado dele era pessimo.

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  2. Existe outro na Barroqueira,é o que utilizava o assude mais pequeno da Pedreira é pena mas já nao trabalha .

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  3. Caro J Vale,

    Na Barroqueira mas utilizando a água da Ribeira de Sor, correcto? Sabe se ainda existem ruínas? Na Barroqueira já identifiquei outro que foi completamente destruído e que se situava na foz da ribeira de Longomel. Obrigado pela sua indicação, volte sempre :)

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  4. Sim utiliza a agua da Ribeira do Sor ele ainda tem ruinas sim.
    Eu vou tirar umas fotos para verem.

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  5. J Vale,

    Obrigado agradeço imenso, também gostava de ir. Já agora nós conhecemo-nos?

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  6. Que eu saiba não nos conhecemos.Já tirei umas fotos dentro do moinho só que preciso do seu Mail para lhe enviar.
    Eu cresci junto a este moinho e brincava nele e no moinho da Pedreira pois ambos pertenciam a familiares meus.
    Cumprimentos « joaq.vale@gmail.com »

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  7. A ultima pessoa, que trabalhou com o moinho da Pontinha, foi o meu falecido avô, António Pita, que também era carroceiro,e fazia fretes entre a Tramaga e Ponte de Sôr.

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  8. Caro António Joaquim,

    Por acaso é familiar da Marilda Pita? Não tem fotografias do moinho a laborar?

    Um abraço.

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  9. Sim, sou filho, em relação ás fotos, é extremamente difícil consegui-las. Mas se elas existirem, eu vou tentar arranjá-las.

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  10. Não estamos a falar da mesma pessoa certamente, a Marilda faz hoje 24 ou 25 anos, estuda em Lisboa e é natural da Tramaga.

    Obrigado pela sua disponibilidade

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  11. Eu pensei que falava de Margarida Pita, peço desculpa.

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  12. Os moinhos foram as fábricas anteriores ao período da dita revolução industrial, era neles que se moia o cereal, mas tb se esmagava as plantas titureiras para os pigmentos, se curtiam couros, se aproveitam as energias para grandes foles das forjas, laminar aço, etc..
    Moinhos, azenhas e rodizios estão bem caracterizados por fernando galhano e ernesto veiga de oliveira no seu tecnologia tradicional Portuguesa - sistemas de moagem, no entanto os estudos de caso não abundam, todos os rios e ribeiras de caudal volumoso tinham dezenas de engenhos a laborar e como dizes até à década de 60 do século passado apesar do lobby da grande moagem ter tentando reservar para si todo o mercado.
    Nos notariais há frequentemente referências, bem como nas décimas ou na contribuição industrial a partir de 1860, outra fonte seria a inexplorada "Bolsa agrícola" cuja correspondência quase perdida e dispersa me deu a perceber que eles ao fiscalizarem o consumo também fiscalizam a produção, já para não falar nos inquéritos industriais, sobretudo o de 1891..
    Boa sorte!

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  13. Armando,

    Ainda vamos ter muito que falar sobre este assunto. Estás em Évora na próxima semana?

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