domingo, 13 de novembro de 2011

A marcha dos privilegiados


Noticia o Público que ontem, dia 12 de Novembro, dezenas de milhar de trabalhadores da administração pública manifestaram-se em Lisboa contra o orçamento de estado e, simultaneamente, contra o corte dos subsídios de natal e férias. De acordo com o jornal manifestaram-se professores, médicos, militares, enfermeiros, funcionários judiciais, entre outros. Curiosamente algumas das profissões citadas (sobretudo as três primeiras) são das mais privilegiadas em Portugal, fruto da sua força corporativa. Não vou discutir a legitimidade deste protesto, parece-me que as pessoas têm todo o direito a indignar-se quando sentem que uma medida injusta foi tomada contra os seus interesses. No entanto quero deixar apenas a seguinte reflexão:

Eu, como tantos outros "jovens" das mais diversas áreas do conhecimento, trabalhei 4 anos para o Estado português: 3 como bolseiro de investigação científica e 1 ano num estágio profissional. Durante esse período e apesar de ter legalmente os mesmo deveres que qualquer outro agente da Administração Pública, nunca tive direito a um subsídio de férias ou natal. Nunca descontei para a Segurança Social de forma a ter direito a um subsídio de desemprego porque o Estado não me o permite, assim, sempre que os meus contratos terminam fico sem qualquer rendimento. Sempre que fico doente, não tenho qualquer protecção social.

Pensarão alguns de vocês que se calhar devia ter estudado..mas esperem afinal eu até estudei, bom então devia ter sido bom aluno.....mas pelos vistos também o fui....então olha tivesses nascido mais cedo.......pois é esse o meu maior crime.

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