sábado, 5 de novembro de 2011

A falência da democracia de voto universal

Fátima Felgueiras após ter gozado com o sistema judicial português foi reeleita em 2005.

Costuma-se atribuir a Winston Churchill a ideia de que a democracia é o pior sistema político, se exceptuarmos todos os outros. De uma forma geral concordo com esta afirmação, no entanto, nem todas as democracias são iguais e se guiam pelo mesmos métodos eleitorais.

A nossa, tal como as demais democracias "ocidentais", pressupõe que todos os cidadãos tornam-se automaticamente eleitores aos 18 anos, com raríssimas excepções. Ora foi esta imensidão de votantes que elegeu Isaltino Morais, Fátimas Felgueiras e Alberto João Jardim, mesmo após se ter tornado público os diversos esquemas de corrupção em que estiveram envolvidos.

Foi esta mesma democracia de voto universal que elegeu os sucessivos governos que nos conduziram ao défice e, ao mesmo tempo, penalizou os candidatos que alertaram para o mesmo.

Os mesmos que continuadamente se queixam dos políticos, são aqueles que desde 1975 votam sempre nos dois partidos do costume.

Finalmente, a minha avó materna vota no PS porque o meu falecido avô assim o fazia, embora seja confessa admiradora da figura de Oliveira Salazar.

A única conclusão a que se chego é que o voto universal é perigoso num país constituído, na sua maioria, por semi-analfabetos. A democracia é a ditadura da maioria e torna-se perigosa quando a maioria é pouco dada a perceber os problemas que a rodeiam.

No passado o voto não era universal pelos piores motivos. Os cidadãos eram discriminados ou porque não dispunham de rendimentos suficientes (voto censitário), ou por questões de género, ou por origem geográfica. Evidentemente que não quero regressar a esses tempos.

O que proponho é que os direitos políticos deixem de ser automáticos apenas porque alguém atingiu uma determinada idade. Na minha opinião, a possibilidade de se exercer o direito de voto tem que estar associada à aquisição de conhecimentos mínimos sobre a Constituição Portuguesa; sobre o nosso sistema político; sobre quais são as principais orientações ideológicas dos diferentes partidos políticos; de que forma aqui chegámos, ou seja, conhecer um pouco da História de Portugal; e qual a situação num determinado momento da sociedade portuguesa.

O desinvestimento na área da Cultura e do Ensino - no primeiro caso desinvestimento económico e no segundo nos padrões de exigência -, tornou a Sociedade da Informação uma miragem.

P.S. - Para os meus amigos de esquerda que vão vomitar quando lerem isto, lamento mas é mesmo isto que acho.

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