domingo, 16 de outubro de 2011

4 comentários:

  1. Bom dia, Carlos!
    Li o seu artigo e fiquei algo perplexa com as suas conclusões:«(...)o sistema de ensino protege os docentes mais velhos e remete os mais novos para uma situação marginal, muitas vezes, indepentemente do seu valor. Mas este é o mal de toda a Administração Pública onde se perpetua a incompetência ao abrigo de uma legislação demasiado rígida.» Para além de ser uma ilação bastante abrangente, pois diz respeito primeiro aos professores mais velhos e depois a toda a administração pública, parece-me uma afirmação superficial e pouco fundamentada...Gostava de saber quais as premissas que o levam a tecer esses comentários, para os poder analisar e eventualmente concordar ou rebater de acordo com os argumentos apresentados.No entanto, gostaria de lhe dizer desde já, que como docente mais velha, nunca senti essa proteção de que fala...Somos todos docentes e como tal cada um dará o seu melhor de acordo com as suas capacidades. Só entendo esta sua opinião de toda a administração pública ser incompetente, como uma grande provocação...Digo-lhe ainda que para os resultados dos alunos confluem tantos aspetos, que será muito redutor implicar apenas os professores. Até porque não é raro, os filhos dos professores terem boas notas!!!Agora sou eu que estou a provocar...

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  2. Cara Lurdes,

    Se calhar expressei-me mal, não serão os docentes mais velhos protegidos, mas sim os mais novos que nem sequer chegam a docentes. Ou seja, sabe quantos colegas da minha idade tiveram EXCELENTES notas e exercem com horários reduzidos OU em privados em situações precárias e ilegais OU nem sequer exercem a actividade docente?

    O mesmo se passa na Administração Pública, conheço imensos exemplos - entre os quais o meu- de bons profissionais que por mais que se esforcem não têm a menor hipótese, no entanto, aqueles que já exercem na Adm Pública estão lá eternamente independentemente de serem competentes ou não.

    É isto que quis dizer.

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  3. Porque é que será que a cara Dona Lurdes não respondeu? Talvez porque não tenha como refutar a verdade.Quem frequenta as escolas públicas e as salas de professores sabe bem que é esta é a infeliz realidade. Professores sem profissionalização que a adquiriram por tempo de serviço, sem entusiasmo nenhum pela educação, sem vontade de estar ali, sem capacidade de manter relação pedagógica algum, enfim sem perfil para ser professor/educador porque na realidade não é nem nunca o foi!São engenheiros de qq coisa e outras profissões que no século passado davam a habilitação própria e imagine-se qualificação profissional para o ensino, vá-se lá perceber porquê. Também me saturam as reclamações vindas de afortunados que quanto mais ganham, menos horas trabalham,subir de escalão para um professor é igual a mais dinheiro e menos trabalho, têm ADSE e um horário completo de 22h semanais, vá no máximo 28 com acumulação que não pode exceder as 6 horas diárias, coitadinhos se tivessem que trabalhar 8 h/dia ou 40h/semana como o mais comum dos mortais. Ah pois têm fichas e testes para corrigir, levam TPC, que podem corrigir onde lhes apetece, na rede da varanda ou na esplanada da praia.É totalmente verdade que quem se forma hoje para professor, pagando mais 2 anos de propinas e estagiando sem remuneração, o que não acontecia antes de 2004, é poque quer mesmo ser professor, não é de certeza poque a saída é muita e compensa.Os professores contratados são neste momento os mais qualificados, mais entusistas e os mais negligenciados. Deviam mesmo mandar os velhos docentes(que nunca o forma na verdade) para casa e abrir vagas para os verdadeiro docentes, aqueles que realmente querem lá estar mas que infelizmente não podem!

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  4. Valkyria,

    Sabes que no geral concordo contigo, no entanto, não podemos colocar os professores todos no mesmo saco, assim como não nos podem colocar todos no rótulo de "geração rasca" ou outras banalidades que por aí circulam. Quanto ao facto de muitos docentes estarem fora do sistema sem quaisquer hipóteses de entrar, enquanto outros não dão qualquer valor ao que têm, é exactamente o que eu sinto nas minhas áreas dentro da Administração Pública. Isso só mudará com a flexibilização das leis laborais que protegem demasiado os que já estão no "quadro".

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